Rejeitar uma verdade ou aceitar uma mentira????

março 23, 2010

 Para explicar a importância do tamanho de uma amostra em uma pesquisa, leiamos a seguinte metáfora. Adoro metáforas!!!

Ao fazermos uma pesquisa, corremos o risco de cometermos dois tipos de erro: rejeitar uma verdade (erro tipo alfa) ou aceitar uma mentira (erro tipo beta).  Vivemos um dilema que é o fato de ao diminuirmos o erro tipo alfa, aumentarmos o erro tipo beta e vice versa. É como um cobertor curto, ou seja, quando cobrimos a cabeça, descobrimos os pés, e quando cobrimos os pés, descobrimos a cabeça. O que fazemos para combater este dilema? Aumentamos o tamanho do cobertor, isto é, aumentamos o tamanho da amostra. Vejamos a seguinte estorinha!

Imaginemos que o professor Wellington, que leciona estatística em Caruaru, tem num universo paralelo um Wellington alternativo que também leciona estatística. O professor Wellington, ao fazer a chamada para registrar quais alunos estão presentes e quais estão ausentes, chama o nome da aluna Chica Tripa e imediatamente um dos presentes pede ao mestre que coloque presença nela, pois a mesma, segundo ele, acabou de sair da sala para dar um pulinho no toalete.

Prontamente, o professor Wellington coloca presença na aluna. Pouco tempo depois, ao chamar o nome do aluno Epaminondas Nepabuceno, novamente um dos presentes pede para que se registre sua presença, pois ele há pouco se retirou da sala para atender o celular. Não há problema. Presença nele! Uma dos presentes percebe que basta uma justificativa qualquer dos presentes para que o professor Wellington dê presença aos que, a princípio, estão ausentes. Ao chamar o nome de Zezinho do Pé Grande, que não está presente, a aluna Soraya Cybelle, que, por sinal, é sua namorada, diz que o mesmo estava na sala de aula, embora ela saiba que ele nem deu as caras, e que naquele instante ele se encontrava no toalete. Presença nele!!!

O professor Wellington deu presença aos três que não responderam à chamada em função das justificativas dadas pelos presentes.

Dos três, os dois primeiros estavam presentes e, por um infortúnio, no momento da chamada, se encontravam fora da sala de aula. A presença do terceiro é fruto de uma mentira da aluna Soraya Cybelle.

 Temos, portanto, duas verdades e uma mentira.

O professor Wellington não sabe quem está contando a verdade ou a mentira, por isso, para minimizar a chance de rejeitar a verdade (erro tipo alfa) topa qualquer justificativa, mas ao proceder assim, aumenta a chance de não rejeitar uma mentira (erro tipo beta). Foi o que ocorreu para o tereceiro caso.

No universo paralelo, Wellington Alternativo tem uma visão diferente das coisas. Ele faz de tudo para não engolir uma mentira (erro tipo beta) de tal forma que não há justificativa que o leve a dar presença para um aluno que não responde à chamada. Sendo assim, ele jamais engoliria a mentira de Soraya Cybelle Alternativa (erro tipo beta), mas acabaria por rejeitar duas verdades (erro tipo alfa).

por  Wellington Falcão